Matéria escrita pela Fair Price em outubro / 2020
Após anos de tramitação, o resultado do seu processo finalmente saiu, e você tem valores para receber da União ou do estado. A soma é alta, acima de 60 salários mínimos, e portanto deverá ser pago por meio de um precatório. Conclusão: você terá que esperar alguns anos para receber o que lhe é devido. Aquilo que parecia ter se encerrado, ainda vai levar mais tempo para ser concluído.
Para complicar, surge um imprevisto financeiro que te leva a pensar na possibilidade de pegar um empréstimo, já que a taxa básica de juros está baixa. Mas será que esta é a melhor opção? Uma vez que você tem um precatório a ser pago, é necessário ponderar. Nesse artigo vamos trazer alguns pontos que devem ser levados em consideração antes de recorrer ao empréstimo consignado.
Quanto custa um empréstimo consignado?
Em abril deste ano foram identificados 34,2 milhões de contratos de empréstimos ativos, um aumento de 5,5% em relação ao ano passado. Uma das suspeitas para o aumento está na crise econômica causada pela pandemia do coronavírus, e os reflexos no cotidiano das pessoas.
Sabe-se que o empréstimo consignado é a principal saída utilizada por servidores públicos aposentados ou pensionistas para quitar dívidas ou investir em sonhos. Porém, ao contratar um empréstimo você terá que arcar com as taxas e os juros mensais que serão incluídos nas parcelas. Cabe aqui o velho ditado – “o barato sai caro” – pois, apesar de parecer pouco, o valor pago ao final pode ser muito mais elevado do que o originalmente contratado.
Para exemplificar, simulamos na tabela abaixo a contratação de um empréstimo de R$ 100.000,00. A tabela foi feita com base nas calculadoras de empréstimo apresentadas pelas instituições financeiras. Observe que, ao final, caso você concorde em parcelar o empréstimo em 60 meses (ou seja, cinco anos), terá que pagar o montante de R$ 62.797,40 de juros! Sim, é isso mesmo: os juros somam 62% do valor tomado de empréstimo!
Valor total do empréstimo Quanto você precisa? | Quantidade de parcelas/mês | Valor da parcela/mês *Taxa de juros 1,30% a.m. |
R$ 100.000,00 | 60 | R$ 2.713,29 |
Multiplicando as duas colunas ↑ têm-se o valor total a ser pago ao final do empréstimo | ||
Valor do empréstimo: R$ 100.000,00 | Valor total pago (parcelas + juros):R$ 162.797,40 |
O equívoco da maioria das pessoas está justamente em não calcular a soma total paga ao final, com os juros incidentes sobre as parcelas. Com essa simples simulação, você pode perceber que um empréstimo consignado talvez não seja a melhor opção, uma vez que há um precatório em seu nome pendente de pagamento. A seguir, explicamos como funciona a aplicação dos descontos no processo de venda do seu precatório, e porquê esta pode ser uma alternativa melhor em relação ao empréstimo.
Venda do precatório: como funciona o deságio?
Vender precatório vale a pena? É legalizado? São muitas as dúvidas que permeiam a venda de precatórios, e aqui no site explicamos detalhadamente as etapas do processo. De modo geral, o deságio aplicado é a questão que mais gera receio nos titulares interessados em vender o crédito. Para você compreender, o deságio sobre seu precatório dependerá de alguns fatores, tais como:
- Entidade devedora: se o ente público processado é um município, estado ou União Federal e suas autarquias.
- Situação da fila do precatório na ordem de pagamento: é do conhecimento geral que são formadas filas para pagamento dos precatórios nos estados e municípios, devido ao atraso na quitação dos débitos. Em alguns casos, como no estado de São Paulo, essa fila pode ultrapassar uma década, chegando até 16 anos!
- Volume do crédito: esse fator é pouco explicado aos credores. Para alguns bancos e fundos de investimentos, precatórios maiores valem mais. Isso decorre do custo com a auditoria do crédito (custos jurídicos) e despesas com cartório.
Tomando como medida para simulação, um precatório federal (frisa-se) expedido contra a União Federal ou suas autarquias, pode ter um deságio entre 30% a 40%. Exemplo: Se eu vender meu precatório federal de R$ 100.000,00, receberei entre R$ 60.000,00 a R$ 70.000,00.
Já no caso de precatórios expedidos contra estados e municípios, o deságio pode chegar a até 80%, a depender da posição do crédito na fila para pagamento. Vale lembrar que esse deságio também pode variar de empresa para empresa – há organizações que imputam uma taxa maior para realização do serviço do que as outras, por exemplo.
Analisando as alternativas
Diante das questões que envolvem o empréstimo consignado e a venda do seu precatório, fica a pergunta: é mais vantajoso abrir mão de 30% do crédito, ou pagar 62% de juros para um banco?
Com a simulação do empréstimo e a explicação de como se calcula o deságio, não há dúvidas de que vender seu precatório é a melhor saída para ter acesso a uma boa quantia de dinheiro. Lembrando que o valor do precatório está mobilizado e não tem liquidez, e que, ao tomar um empréstimo, você automaticamente contrai uma dívida.
E, caso você já tenha feito um empréstimo bancário, tem a opção de vender seu precatório para amortizar a dívida e se livrar dos juros abusivos. Seja qual for o seu caso, a venda do crédito como forma de levantar uma quantia é um procedimento rápido, seguro, e te poupa das noites de insônia pensando nas parcelas do empréstimo a serem quitadas.
Tem alguma dúvida ou interesse em vender seu precatório? Entre em contato conosco. Para mais conteúdo, acompanhe a Fair Price nas redes sociais.
—–
Faça como os grandes empresários: abra mão de um ativo que não está agregando valor a sua carteira!
Não perca seu sono com as parcelas do empréstimo, venda seu precatório!